CPMI do INSS Intensifica Investigações e Agenda Depoimento de Onyx Lorenzoni
Créditos: CNN Brasil / Foto: Carlos Moura/Agência Senado
Brasília – A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura irregularidades e fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) definiu um calendário intenso de trabalhos para as próximas semanas. O colegiado agendou nove oitivas entre o final de outubro e a primeira quinzena de novembro, com o objetivo de aprofundar as investigações sobre o suposto esquema.
O depoimento de maior destaque no cronograma é o do ex-ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, que ocupou a pasta durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele está convocado para prestar esclarecimentos no dia 6 de novembro, no âmbito do acordo fechado pela CPMI para ouvir todos os que estiveram à frente da Previdência desde 2015.
A agenda da Comissão prioriza figuras centrais nas denúncias de fraudes e desvios, incluindo ex-servidores do INSS e representantes de associações de trabalhadores citadas em relatórios da Polícia Federal (PF).
Entre os nomes chamados para depor, destacam-se:
- Alexandre Guimarães (ex-diretor do INSS): Investigado por receber transferências via Pix que somam mais de R$ 2 milhões de uma figura central no esquema, conhecido como “Careca do INSS”. Ele prestará depoimento já no dia 27 de outubro.
- Jucimar Fonseca da Silva (ex-coordenador-geral de pagamentos): Afastado do cargo após a deflagração da operação da PF, é aguardado no dia 17 de novembro, sendo um dos ex-servidores que teve a prisão preventiva pedida pelo colegiado, posteriormente barrada por habeas corpus.
- Cecília Rodrigues Mota (ex-presidente de associações): Citada por apresentar movimentações financeiras e um padrão de viagens de luxo incompatíveis com a renda declarada, a ex-presidente da AAPEN e AAPB será ouvida em 27 de outubro.
- Abraão Lincoln Ferreira da Cruz (presidente da CBPA): É apontado como articulador de um esquema que envolveria a falsificação de filiações em massa para obter ganhos ilegais através de descontos em benefícios previdenciários. Ele depõe em 3 de novembro.
A CPMI segue determinada a elucidar a extensão das fraudes, que têm drenado recursos da Previdência e afetado aposentados e pensionistas, prometendo manter o ritmo das investigações até março de 2026, conforme o plano de trabalho apresentado pelo relator.

