DIRETOR DO GOVERNO TARCÍSIO É ALVO DE BUSCA E APREENSÃO DA PF EM OPERAÇÃO CONTRA FRAUDE MILIONÁRIA
Mário Botion, que ocupa cargo de alto escalão no governo Tarcísio, teve casa e empresa vasculhadas em investigação sobre superfaturamento de kits de robótica e desvio de verbas federais.
LIMEIRA E SÃO PAULO — A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (12) a Operação Coffee Break, uma ampla ação que apura suspeitas de fraude em licitações e desvio de verbas públicas da Educação em diversas prefeituras. Um dos principais alvos da operação foi Mário Botion (PSD), que, além de ter sido ex-prefeito de Limeira, é atualmente o Diretor de Convênios do governo de São Paulo, sob a gestão de Tarcísio de Freitas.
A PF cumpriu mandados de busca e apreensão na residência de Botion, localizada em um condomínio de alto padrão, e na sede de sua empresa, a MC Botion. Outros endereços ligados ao ex-chefe do executivo municipal e seus associados também foram vasculhados. As investigações da PF, em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), apontam para um esquema de corrupção envolvendo contratos de fornecimento de kits de robótica e o uso indevido de recursos do Fundeb, com indícios de superfaturamento que poderiam chegar a 3.500%.
Segundo fontes ligadas à investigação, a operação resultou na apreensão de cerca de R$ 2,1 milhões em valores vinculados a Mário Botion. Em decorrência de ter sido citado como alvo da operação, Botion protocolou o pedido de exoneração de seu cargo no governo estadual ainda na tarde de hoje.
A Operação Coffee Break é considerada de grande porte, abrangendo o cumprimento de 50 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão preventiva nos estados de São Paulo, Paraná e no Distrito Federal. Um dos presos preventivamente é o vice-prefeito de Hortolândia, Cafu César.
Em nota, a assessoria de Mário Botion informou que a ação da Polícia Federal se limitou à coleta de documentos e que “nada de ilícito foi constatado”. A defesa reforçou que o ex-prefeito e empresário está à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários. A Prefeitura de Limeira comunicou que a gestão atual não possui contratos ativos com a empresa investigada e que já havia aberto uma sindicância interna para apurar irregularidades em contratos anteriores.

