Operação “Boca Vermelha”: Facção Usava Empresas De Fachada E Prostíbulos Para Lavagem De Dinheiro Em Sinop

Operação “Boca Vermelha”: Facção Usava Empresas De Fachada E Prostíbulos Para Lavagem De Dinheiro Em Sinop

Foto: MP-MT

Sinop, MT – Uma megaoperação deflagrada nesta quarta-feira (22), em Sinop (MT), mirou uma complexa rede de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas orquestrada por uma facção criminosa. A Operação “Boca Vermelha”, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), revelou que o grupo utilizava diversas empresas de fachada e até mesmo prostíbulos para disfarçar a origem ilícita dos lucros do tráfico.

O Gaeco, composto por uma força-tarefa do Ministério Público Estadual (MPMT), Polícia Militar, Polícia Judiciária Civil, Polícia Penal e Sistema Socioeducativo, deu cumprimento a cinco mandados de prisão preventiva e seis mandados de busca e apreensão em estabelecimentos ligados à organização criminosa.

Prostíbulos como Base do Crime

As investigações apontaram que as empresas sob apuração serviam apenas como tela para o esquema de lavagem de dinheiro. No entanto, o detalhe que mais chamou a atenção das autoridades foi a identificação de três prostíbulos que exerciam múltiplas funções para a facção:

  1. Lavagem de Capitais: O dinheiro do tráfico era “esquentado” por meio das operações desses estabelecimentos.
  2. Venda de Drogas: Os locais também eram utilizados como pontos de distribuição de entorpecentes.
  3. “Tribunal do Crime”: Os prostíbulos serviam, ainda, como base para a atuação de um “Tribunal do Crime”, onde membros da facção se reuniam para julgar e aplicar punições a indivíduos que desobedeciam às regras da organização.

Bloqueio de Bens e CNPJs Suspensos

Em resposta à gravidade dos fatos, a 5ª Vara Criminal de Sinop determinou o bloqueio imediato das contas bancárias de cada empresa sob investigação. O valor bloqueado pode atingir a cifra de R$ 500 mil por envolvido.

Além do bloqueio financeiro, a Justiça ordenou que a Receita Federal seja comunicada para a imediata suspensão dos respectivos CNPJs, desarticulando de vez a estrutura empresarial da facção.

As autoridades reforçam a importância da colaboração da sociedade e disponibilizam canais para denúncias anônimas contra facções criminosas: Ouvidoria do Ministério Público (127) e Polícia Militar (190).

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