Trump elogia Lula na ONU e fala em “excelente química” após encontro inesperado

Foto: Brendam Smialowski/AFP
NOVA YORK – Em um encontro que surpreendeu diplomatas e jornalistas na 80ª Assembleia Geral da ONU, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elogiou o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, após um abraço caloroso. Trump classificou Lula como um “homem muito agradável” e afirmou que a dupla teve uma “excelente química”, prometendo um encontro formal para a semana seguinte.
O breve momento, capturado nos corredores da Assembleia, mostrou um Trump descontraído e simpático ao lado de Lula, que se preparava para seu discurso anual. As palavras de Trump contrastam com a postura muitas vezes crítica de seu governo em relação ao Brasil e aos líderes de esquerda na América Latina.
Apesar da cordialidade de Trump, o discurso de Lula no púlpito da ONU seguiu um tom mais assertivo. O presidente brasileiro criticou duramente a consolidação de uma “desordem internacional”, as “sanções arbitrárias” e mencionou “ataques sem precedentes” contra o Brasil, em referências indiretas a políticas unilaterais promovidas por governos como o de Trump no passado.
Em outras partes de sua fala, Lula abordou questões cruciais da política global e doméstica. Ele condenou o “genocídio em Gaza”, classificando as ações militares como um “massacre” e “uso desproporcional e ilegal da força”. Lula também expressou sua indignação com o suposto impedimento da participação do presidente palestino Mahmoud Abbas no evento da ONU, um veto que ele atribuiu ao governo dos Estados Unidos. No plano interno, Lula mencionou a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, destacando o evento como a primeira vez que um ex-chefe de Estado foi responsabilizado por atentar contra o estado democrático de direito no Brasil.